
Para ganhar o jackpot é obrigatório não falhar nas estrelas: “Se são 11 estrelas e posso escolher duas, o número de hipóteses possíveis são 55”, explicou a professora do Departamento de Estatística e Investigação Operacional.
Entre estrelas e números, o Euromilhões apresenta mais de 116 milhões de hipóteses. A dois euros cada aposta, seria preciso “investir” 233 milhões de euros para garantir que se tinham feito todas as combinações possíveis.
“Do ponto de vista financeiro, o Euromilhões não compensa”, concluiu a investigadora, lembrando que o prémio máximo atribuído são 190 milhões.
No entanto, a professora salienta que, para quem joga, existe também um lado lúdico. E depois, há a sorte de, com pouco dinheiro, se conseguir acertar na chave.
Alzinda Reis, 70 anos, é uma das jogadoras que “tem fé” em poder vir a ser uma euromilionária. “Há sempre uma esperança. Tenho cá um palpite que um dia ainda acerto. Mas é muito difícil”, contou à saída de uma das 18 Casas da Sorte existentes no país, depois de ter apostado dez euros com uma chave fixa – “os aniversários dos familiares”.
Mário Pereira também tem uma chave fixa e, religiosamente, todas as semanas, “investe” dez euros. “Isto é mais uma ilusão que outra coisa. Nós já sabemos que não sai nada. Não tenho esperança que me venha a sair. É um vício, já”, contou à Lusa o apostador de 79 anos.
Desde 2004 que a Santa Casa da Misericórdia disponibiliza, no seu site, uma listagem com dados estatísticos sobre a presença dos números e estrelas nos concursos. É possível ver os que saem mais e os mais “ausentes”, assim como avaliar as chaves em termos percentuais.
De acordo com a professora de estatística da Universidade de Lisboa, não existe qualquer relação entre os números que já saíram e os que podem vir a sair. E, entre os jogadores que falaram com a Lusa, os dados apresentados pela Santa Casa não valem mais do que as suas chaves pessoais.
“Eu vejo o site, mas não ligo. Gosto mais dos meus [números]. Não me saem assim prémios grandes, mas vou-me aguentando. Vou esperando”, contou João Botas, 76 anos.
Hoje poderá sair o maior prémio até agora distribuído, no valor de 190 milhões de euros. Caso não haja totalistas, o montante do jackpot mantém-se para sexta-feira.
Até agora, o maior jackpot em Portugal foi de 69 milhões de euros. Foi atribuído em março do ano passado, no distrito de Vila Real.
Fonte: JN