Cada jogo da Primeira Liga portuguesa de futebol movimenta em média 30 milhões de euros em sites de apostas – cerca de 9,2 mil milhões de euros por época. Oitenta por cento vem do mercado asiático. Os valores foram avançados ontem por Andreas Krannich, diretor da empresa que colabora com Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e a Federação Portuguesa de Futebol na monitorização das apostas e deteção de jogos eventualmente manipulados.
“O crime organizado, máfias, compram ou investem em clubes com problemas para conseguirem ganhos ilícitos com a manipulação de jogos. Colocam nos mesmos jogadores e treinadores da sua confiança”, afirma Andreas Krannich.
Perdem de propósito e o dinheiro chega-lhes através das apostas. Chegam a chantagear jogadores e técnicos com assuntos da sua vida pessoal, como a homossexualidade.
O responsável da Sportradar revela que o mercado asiático é o mais ativo nas apostas “pela falta de regulação e liquidez do mercado”. Essas máfias financiam-se e lavam o dinheiro, que usam depois em crimes violentos e de sangue.
Portugal já foi palco para jogos manipulados entre equipas estrangeiras, no Algarve. E há dez meses a Operação Jogo Duplo da PJ, com a colaboração da Sportradar, deteve dirigentes e jogadores de clubes da II Liga.
O mês passado foram suspensas as apostas no Feirense-Rio Ave. “A proatividade da Federação e polícias para proteger a integridade do futebol português é marcante”, garante Krannich. A manipulação é detetada pelos fluxos anormais nas apostas.
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